Meus queridos! Como não teremos celebração neste final de semana, eu coloco a relfexão para você. A entrada triunfal de Jesus em Jerusalém. E, com ela, a comunidade cristã inicia sua reflexão mais profunda de fé: Cruz e ressurreição; morte e vida. A que triunfo se referem esses acontecimentos? Muitos dos que ali estavam haviam presenciado ou ouvido falar de um milagre estrondoso: a ressurreição de Lázaro. Milagre este que mostrava o domínio de Jesus, como Filho de Deus, sobre a morte e a vida. Com tal poder certamente caberia a ele desafiar as altas autoridades religiosas de Israel a respeito da sua conduta no Templo, da sua aliança com o império Romano, de suas tributações e leis e da vivência miserável de boa parte da população.
O povo se anima a tal ponto de, ao saber que Jesus estava se aproximando de Jerusalém, demonstrar suas expectativas recebendo-o como uma alta autoridade: as pessoas estendem seus mantos, colhem ramos de palmeiras e exaltam-no triunfalmente como Rei de Israel. Certamente ele iria desafiar as autoridades em plena festa de Páscoa! Jesus, porém, monta um jumento, e não há referência a nenhum pronunciamento seu diante daquele alarde. Foi necessária muita reflexão posterior, de anos, para que a comunidade ligasse esse fato às Escrituras Sagradas e entendesse os propósitos de Deus não somente para aquele momento, mas para o futuro de toda criação.
Jesus aclamado triunfalmente vem montado num jumentinho. A soberba do poder que desejavam que Ele assumisse em Jerusalém engana, mascara, dissimula, mata, oprime, cria governos totalitários, capitalismo selvagem, desclassifica a imagem e semelhança de Deus no ser humano. O jumentinho no meio da população recoloca a origem da humildade, da solidariedade e da missão de Cristo. E hoje deve nos ajudar a refletir sobre o imediatismo, os modismos e as injustiças que estimulamos por causa da nossa falta de reflexão. Enquanto Igreja Cristã, iniciamos diretamente a memória do caminho de Jesus até Jerusalém.
Domingo de Ramos celebra não o triunfo, mas o início da via dolorosa que levará Jesus até a cruz. Estamos sendo desafiadas à reflexão comunitária e a buscar compreensão para nossa fé. Se nos esquivarmos disso, podemos até ter muitas informações a respeito de Deus, de Jesus. Basta buscá-las no Google ou em qualquer canal de TV. Mas fica-nos faltando a reflexão comunitária para a qual o Evangelho de João nos chama. Que esta imagem, de Jesus montado em um jumentinho, nos ajude a nos recolocar em oração, em estudo e em diaconia para que possamos viver nossa fé de forma sóbria, determinada e fazermos da Semana Santa, muito mais que um feriado para descanso de nossa rotina, mas um momento de memória e reflexão sobre o significado da cruz de Cristo em nossas vidas.
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