quarta-feira, 23 de abril de 2008

Altar ao deus Desconhecido, Atos 17. 22-31


Texto para Reflexão domingo dia 27/04/2008

“Pois, andando pela cidade, observei cuidadosamente seus objetos de culto e encontrei até um altar com esta inscrição: AO DEUS DESCONHECIDO. Ora, o que vocês adoram, apesar de não conhecerem, eu lhes anuncio.”

Atos 17:23

O apóstolo Paulo teve uma vida bastante agitada e emocionante. Encontramos ele nesse momento na famosa cidade de Atenas (Atos 17:13-15), após passagens conturbadas pelas cidades de Tessalônica e Beréia, onde pregou a mensagem. É graças a esta cidade tão importante na história da humanidade que devemos muito do que sabemos hoje a respeito de política, artes, filosofia e até mesmo de esportes. No primeiro século, qualquer homem culto ficaria maravilhado ao colocar os pés em Atenas, por causa de sua arte e de sua cultura e também pela oportunidade de levar questões para uma discussão com homens sábios.

Porém, a primeira reação de Paulo foi oposta a de qualquer outra pessoa da época. A Bíblia nos diz que ele “ficou profundamente indignado ao ver que a cidade estava cheia de ídolos” (Atos 17:16). Ele tinha chegado a uma cidade politeísta, repleta de crenças, mas que desconhecia o Deus verdadeiro. Segundo alguns historiadores, Atenas tinha mais imagens do que em todo o resto da Grécia. Estima-se que elas eram mais de 30.000 nesta época. Segundo Petrônio, era mais fácil achar um deus que um homem em Atenas.

A visão que Paulo teve de Atenas perturbou-o muito e ele se sentiu na obrigação de ajudar este povo sem conhecimento algum de Deus. Ele, que estava ali simplesmente esperando seus amigos Silas e Timóteo (Atos 17:15) para seguir viagem, começou a anunciar a mensagem diariamente, não só em praça pública, onde poderia ser ouvido por todos, mas também nas sinagogas dos judeus.

É interessante pensar que a idolatria não fazia mais parte da religião judaica, mas mesmo assim Paulo foi pregar na sinagoga. Ele não estava indignado somente pelas imagens que encontrou em Atenas. Estava indignado pelo fato das pessoas não conhecerem a Deus, tanto os gregos como os judeus.

Paulo desejava que Deus fosse conhecido pelas pessoas a qualquer custo. Mudou seus planos, expôs-se, enfrentou preconceitos, trabalhou diariamente para tirar as pessoas do engano.

Deus ainda continua desconhecido passados 2000 anos. Paulo sentiria hoje a mesma indignação hoje e sairia pregando hoje nas sinagogas, mesquitas, igrejas, templos e também em praça pública para que Deus fosse conhecido. Um exemplo de zelo, de amor pelo nome de Deus e de misericórdia pelas pessoas, que muito nos impressiona.

Quando Deus nos chama, ele nos chama para:

1. Conhecê-lo

2. Fazê-lo conhecido

Anunciar a Deus diariamente não vem de uma regra da Igreja ou de um hábito religioso. Vem do desejo de querer fazer Deus conhecido. Vem de uma profunda indignação, uma inquietação do Espírito ao ver quantos equívocos são realizados em nome de Deus. Vem de compaixão de um mundo perdido e sem orientação espiritual.

Vivemos ainda em uma sociedade cheia de ídolos. Podemos observar os falsos deuses estampados em toda parte. Os símbolos de status: o poder, o dinheiro, a beleza, o prazer, o sexo... Vivemos de ilusões – imagens de pessoas independentes, bem sucedidas, auto-suficientes, tão reais quanto as imagens de Atenas. Do mesmo modo que os atenienses eram tolerantes a novos deuses, hoje também existem várias formas de manifestações religiosas que são aceitas sem restrições pela nossa sociedade.

Porém o maior problema é que não ficamos indignados. A pornografia e a imoralidade dominam a mídia, mentir e enganar os outros transformou-se em sinal de esperteza, a hipocrisia religiosa é dominante e várias outras coisas resultam no fato de Deus ser desconhecido hoje também.

O Desafio de Anunciar o Deus Desconhecido

Há uma grande necessidade de homens como Paulo hoje. Deus precisa ser conhecido. É muito interessante ver o comportamento do apóstolo em Atenas. Ele não chegou derrubando estátuas, condenando todos ao inferno, pregando de uma maneira áspera... Paulo foi ousado em sua fé, mas sábio em sua conduta. Foi insistente até ser escutado. Mas para isso se sujeitou a riscos, humilhações, falsos julgamentos... Não foi fácil, mas pela sua fé, conseguiu atingir seu alvo.

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