Luteranos da América Latina e do Caribe assumiram o compromisso de aprofundar a luta e resistência ao avanço da Aids, às mudanças climáticas e ao flagelo da dívida externa ilegítima, que “tira o pão de cada dia de milhões de pessoas no mundo”.
O compromisso consta na mensagem da Pré-Assembléia das Igrejas Latino-Americanas e Caribenhas filiadas à Federação Luterana Mundial (FLM), reunida desde 12 de abril em Bogotá e encerrada hoje, com a certeza de que os últimos anos têm sido de crescimento na unidade e nos desafios comuns na Comunhão dessa família confessional.
A mensagem final, aprovada nesta manhã, lembra que a realidade latino-americana e caribenha está estreitamente vinculada à história de seus povos, que se caracterizava por colonização, escravidão, dependência, ditadura e economias debilitadas.
“Reconhecemos que o texto-lema que nos convoca - O pão nosso de cada dia nos dá hoje - não é uma oração de intercessão ensinada por Jesus a seus discípulos e discípulas, mas uma oração que implica reflexão e compromisso comunitário”, diz o texto da mensagem.
Na avaliação dos luteranos, o conflito armado, a falta de balanço de gênero e de visibilidade de pessoas jovens na sociedade, a injustiça nas questões de alimentação e suas implicações e a destruição ambiental também são flagelos que se abatem sobre a humanidade.
A mensagem destaca, ainda, que o tema da Pré-Assembléia é um grito da terra latino-americana e caribenha, terra empobrecida, transgredida e com fome de justiça alimentar, ecológica e de gênero.
“Neste contexto, o pão se traduz na inclusão e hospitalidade em comunidades que oram e denunciam que o acesso ao pão digno e justo está ameaçado pelas desigualdades em nosso contexto. Orar o Pai Nosso é buscar justiça e reconciliação para toda a criação, pedindo pelo pão que se encarna e dignifica a vida”.
A Pré-Assembléia indicou os membros da região para o novo Conselho da FLM e os candidatos para postos de assessoria nos diferentes comitês do organismo ecumênico. A bispa Gloria Rojas, da Igreja do Chile, foi indicada para uma das vice-presidências do organismo ecumênico internacional.
No culto de celebração final, um desafio: “A parábola do rico insensato é uma advertência às nações e também para os indivíduos que armazenam os recursos de Deus em silos, depósitos e celeiros, quando deveriam depositar esses recursos nos estômagos das pessoas pobres”.
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