terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Disciplina do Bem

Deu no “Fantástico”, há tempos atrás. A freqüência dos hábitos na criança ajuda a evitar a atenção pelas drogas no futuro. A reportagem mostrou uma fazenda administrada por um padre, direcionada para a recuperação de usuários de drogas e diversos tipos de dependência química, onde a tônica era o direcionamento para as atividades práticas, aliadas a uma rígida disciplina de horários.
A psicóloga entrevistada pelo programa enfatizou a necessidade de horários fixos para a criança. Ou seja, a nossa tradicional rotina doméstica. Hora habitual para almoço, jantar, tomar banho, dormir, fazer os temas da escola, brincar...Perfeito. Então vá lá em casa me ajudar com os anjinhos, dizer que lugar de comer é na mesa e não na frente da TV, de garfo e faca, etc. Mas dizer não uma vez só. Tem que ser duas, três, repetir tantas vezes quantas for necessário.
É gente, não é fácil. Hoje em dia tudo parece mais livre, ditadura caiu de moda, mas também não podemos soltar a corda toda. A disciplina é tabu e tudo em volta conspira contra nós. Parece mentira, mas todos nós queremos disciplina, conscientemente ou não. Queremos constância de atitudes e procedimentos, que se cumpra o combinado. Experimenta o patrão não nos pagar no dia esperado para ver o que acontece? Não confiamos em quem não cumpre o prometido.
Defendemos com unhas e dentes a regularidade, a pontualidade, mas para os outros. Incorporá-las como obrigação nossa já complica um pouco mais, não é? Afinal sempre tem alguma coisa que não dá certo, uma força maior e desculpa arranjamos para tudo.
Qualquer entidade, partido político, religião, rege-se por estatutos, por regras. Não se defende aqui que elas sejam imutáveis, que não possam ser re-elaboradas pelos seus integrantes. O que acreditamos é que nas nossas casas, também precisamos criar conceitos de certo e errado, limites. Sendo nós os primeiros a não violá-los, ensinamos através do exemplo. E nossas atitudes transmitem também mensagens subliminares. Na prática nossos filhos percebem dentro de que escala de valores transitar e que naquilo que foi combinado eles podem contar conosco.
Constância de atitudes vai impedir o acesso às drogas? E a curiosidade, como é que fica? A regularidade de hábitos presume convivência. Prestar atenção, olhar no olho, abraçar. Se os nossos filhos sabem que existe um núcleo familiar sólido, entendem que podem contar conosco. Se o contato é interior, profundo, queira Deus que percebamos o pedido de ajuda.

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