Olá amigo, amiga do Blog ! A revista Novolhar, edição Março-Abril, traz interessantes matérias sobre como os jovens, os adolescentes, estão vivendo e sentindo-se nos dias atuais. É um grande desafio para a sociedade, para as famílias e também para a Igreja proporcionar espaços saudáveis e ao mesmo tempo atrativos. Nos trazemos trechos do artigo da capa da revista, muito rico em informações, sobre essa fase delicada da vida. Nesta semana e na próxima queremos trazer dois temas muito candentes e que serão a base de nossas enquetes: Jovem e drogadição, e Jovem e Sexualidade. Então vamos lá ! Entender e aprender um pouco mais...
Conceito relativamente novo, o termo "adolescência" designa a passagem do ser humano da infância para a vida adulta, provocando mudanças no corpo, que cresce rapidamente, e na mente, que quer manter os elos perdidos com a fase anterior sem abrir mão das conquistas da nova fase. Apesar de ser um período curto, exige paciência.
Mas o que exatamente significa adolescer? E por que é uma fase tão complicada para muitos e, ao mesmo tempo, tão importante? Silvana Henzel, psicanalista pela Sigmund Freud Associação Psicanalítica de Porto Alegre, diz que “adolescer significa estar em um processo de crescer e isso implica questionar o mundo e questionar-se sobre si mesmo”. Psicóloga clínica há 18 anos, ela acrescenta que antigamente não se adolescia da mesma forma que hoje. "Havia rituais na puberdade que marcavam a transição da infância para a idade adulta. Não havia espaço no meio para a expressão da crise", observa. Hoje, essa transição é diferente. "A adolescência é um período delicado, que demanda atenção. A palavra vem do latim 'adolescere' - que significa “fazer-se homem/mulher” ou “crescer na maturidade”, sendo caracterizada por mudanças físicas, psicológicas e sociais", acrescenta Angele Lopes Fritsch, integrante do Corpo de Psicólogos e Psiquiatras Cristãos em Porto Alegre. "Por ser intensa e complexa, diz.-se que a adolescência constitui uma grande crise no ciclo vital, porque em alguma medida todos os jovens experimentam conflitos e inseguranças nessa fase", afirma a psicóloga, que há dez anos trabalha com adolescentes. Ela lembra que sair dessa fase pressupõe que estejam encerradas algumas "tarefas" ou desafios da adolescência, como, por exemplo, independentizar-se financeiramente da família.
Essas mudanças e alterações típicas também geram medos, rebeldias e inseguranças. O psiquiatra José Outeiral explica que faz parte da adolescência o processo de separação do mundo adulto (pais da infância) e da aquisição de uma identidade própria. "É norma, nesse processo, contrariar os pais, discordar das regras e, assim, adquirir uma 'identidade própria'." A perda dos pais da infância, que eram vistos como heróis, idealizados, detentores de todas as respostas, é comum nessa fase. "Agora os pais passam a ser vistos como são, com qualidades e defeitos, não tão poderosos, mas passíveis de ser questionados", acrescenta a psicóloga Angele Fritsch. A autoestima é posta à prova. "As mudanças corporais trazem inseguranças e o temor de vir a ser indesejado: Será que vou crescer mais do que isso? Gostarei! gostarão de minha aparência de adulto? Essas espinhas durarão para sempre? São perguntas comuns que aterrorizam os jovens", lembra. "Muitas vezes, o adolescente sente-se incompreendido porque alguns de seus problemas (como a espinha que aparece no dia da festa ou a paixão não-correspondida), tão grandes para si, não parecem ter uma dimensão tão aterradora para os adultos que o cercam", observa Angele.
Solução rápida - Muitas vezes, para fugir de tudo, as drogas aparecem como solução. O psicanalista Julio Walz pondera que não há estudos confiáveis sobre se de fato aumentou o consumo de substâncias danosas na adolescência. "A sensação é de que sim, especialmente porque está mais explicito o uso. Isso tem a ver com as novas drogas, mais poderosas e baratas, falta de perspectiva ou dificuldade que os jovens encontram em organizar suas vidas profissionalmente", analisa. A psicóloga Angele Fritsch lembra que a adolescência traz mudanças e, com elas, ansiedades. "Quando um adolescente tem uma dor que não consegue expressar ou amenizar sozinho, ele vai buscar alguma forma de diminuí-la. As drogas, licitas ou ilícitas, encontram aí seu espaço. O uso de drogas tem sido uma forma imediata de calar temporariamente um sofrimento que, às vezes, se prolonga por anos", afirma.
Na busca de saídas desses desafios sempre estão a base familiar e o diálogo entre jovens e adultos. Conversa nem sempre fácil. Para Silvana Henzel, psicóloga do Colégio Sinodal de São Leopoldo por três anos, onde atuou diretamente com essa faixa etária, "entender o adolescer inclui a difícil tarefa de lembrar de si mesmo quando jovem. Ele se torna 'aborrecente' porque causa incômodo, mas não no sentido pejorativo. Incomoda ao desacomodar as verdades trabalhosamente construídas pelos adultos", pondera.
Mas o que exatamente significa adolescer? E por que é uma fase tão complicada para muitos e, ao mesmo tempo, tão importante? Silvana Henzel, psicanalista pela Sigmund Freud Associação Psicanalítica de Porto Alegre, diz que “adolescer significa estar em um processo de crescer e isso implica questionar o mundo e questionar-se sobre si mesmo”. Psicóloga clínica há 18 anos, ela acrescenta que antigamente não se adolescia da mesma forma que hoje. "Havia rituais na puberdade que marcavam a transição da infância para a idade adulta. Não havia espaço no meio para a expressão da crise", observa. Hoje, essa transição é diferente. "A adolescência é um período delicado, que demanda atenção. A palavra vem do latim 'adolescere' - que significa “fazer-se homem/mulher” ou “crescer na maturidade”, sendo caracterizada por mudanças físicas, psicológicas e sociais", acrescenta Angele Lopes Fritsch, integrante do Corpo de Psicólogos e Psiquiatras Cristãos em Porto Alegre. "Por ser intensa e complexa, diz.-se que a adolescência constitui uma grande crise no ciclo vital, porque em alguma medida todos os jovens experimentam conflitos e inseguranças nessa fase", afirma a psicóloga, que há dez anos trabalha com adolescentes. Ela lembra que sair dessa fase pressupõe que estejam encerradas algumas "tarefas" ou desafios da adolescência, como, por exemplo, independentizar-se financeiramente da família.
Essas mudanças e alterações típicas também geram medos, rebeldias e inseguranças. O psiquiatra José Outeiral explica que faz parte da adolescência o processo de separação do mundo adulto (pais da infância) e da aquisição de uma identidade própria. "É norma, nesse processo, contrariar os pais, discordar das regras e, assim, adquirir uma 'identidade própria'." A perda dos pais da infância, que eram vistos como heróis, idealizados, detentores de todas as respostas, é comum nessa fase. "Agora os pais passam a ser vistos como são, com qualidades e defeitos, não tão poderosos, mas passíveis de ser questionados", acrescenta a psicóloga Angele Fritsch. A autoestima é posta à prova. "As mudanças corporais trazem inseguranças e o temor de vir a ser indesejado: Será que vou crescer mais do que isso? Gostarei! gostarão de minha aparência de adulto? Essas espinhas durarão para sempre? São perguntas comuns que aterrorizam os jovens", lembra. "Muitas vezes, o adolescente sente-se incompreendido porque alguns de seus problemas (como a espinha que aparece no dia da festa ou a paixão não-correspondida), tão grandes para si, não parecem ter uma dimensão tão aterradora para os adultos que o cercam", observa Angele.
Solução rápida - Muitas vezes, para fugir de tudo, as drogas aparecem como solução. O psicanalista Julio Walz pondera que não há estudos confiáveis sobre se de fato aumentou o consumo de substâncias danosas na adolescência. "A sensação é de que sim, especialmente porque está mais explicito o uso. Isso tem a ver com as novas drogas, mais poderosas e baratas, falta de perspectiva ou dificuldade que os jovens encontram em organizar suas vidas profissionalmente", analisa. A psicóloga Angele Fritsch lembra que a adolescência traz mudanças e, com elas, ansiedades. "Quando um adolescente tem uma dor que não consegue expressar ou amenizar sozinho, ele vai buscar alguma forma de diminuí-la. As drogas, licitas ou ilícitas, encontram aí seu espaço. O uso de drogas tem sido uma forma imediata de calar temporariamente um sofrimento que, às vezes, se prolonga por anos", afirma.
Na busca de saídas desses desafios sempre estão a base familiar e o diálogo entre jovens e adultos. Conversa nem sempre fácil. Para Silvana Henzel, psicóloga do Colégio Sinodal de São Leopoldo por três anos, onde atuou diretamente com essa faixa etária, "entender o adolescer inclui a difícil tarefa de lembrar de si mesmo quando jovem. Ele se torna 'aborrecente' porque causa incômodo, mas não no sentido pejorativo. Incomoda ao desacomodar as verdades trabalhosamente construídas pelos adultos", pondera.
Autora: Vera Nunes, jornalista em Porto Alegre (RS)