O objetivo do blog é divulgar o trabalho pastoral realizado na Paróquia Evangélica de Confissão Luterana Alto Jacuí.
quinta-feira, 6 de novembro de 2008
95 Teses de Martinho Lutero
1. Ao dizer: "Fazei penitência", etc. [Mt 4.17], o nosso Senhor e Mestre Jesus Cristo quis que toda a vida dos fiéis fosse penitência.
2. Esta penitência não pode ser entendida como penitência sacramental (isto é, da confissão e satisfação celebrada pelo ministério dos sacerdotes).
3. No entanto, ela não se refere apenas a uma penitência interior; sim, a penitência interior seria nula, se, externamente, não produzisse toda sorte de
mortificação da carne.
4. Por conseqüência, a pena perdura enquanto persiste o ódio de si mesmo (isto é a verdadeira penitência interior), ou seja, até a entrada do reino dos céus.
5. O papa não quer nem pode dispensar de quaisquer penas senão daquelas que impôs por decisão própria ou dos cânones.
6. O papa não pode remitir culpa alguma senão declarando e confirmando que ela foi perdoada por Deus, ou, sem dúvida, remitindo-a nos casos
reservados para si; se estes forem desprezados, a culpa permanecerá por inteiro.
7. Deus não perdoa a culpa de qualquer pessoa sem, ao mesmo tempo, sujeitá-la, em tudo humilhada, ao sacerdote, seu vigário.
8. Os cânones penitenciais são impostos apenas aos vivos; segundo os mesmos cânones, nada deve ser imposto aos moribundos.
9. Por isso, o Espírito Santo nos beneficia através do papa quando este, em seus decretos, sempre exclui a circunstância da morte e da necessidade.
10. Agem mal e sem conhecimento de causa aqueles sacerdotes que reservam aos moribundos penitências canônicas para o purgatório.
11. Essa erva daninha de transformar a pena canônica em pena do purgatório parece ter sido semeada enquanto os bispos certamente dormiam.
12. Antigamente se impunham as penas canônicas não depois, mas antes da absolvição, como verificação da verdadeira contrição.
13. Através da morte, os moribundos pagam tudo e já estão mortos para as leis canônicas, tendo, por direito, isenção das mesmas.
14. Saúde ou amor imperfeito no moribundo necessariamente traz consigo grande temor, e tanto mais, quanto menor for o amor.
15. Este temor e horror por si sós já bastam (para não falar de outras coisas) para produzir a pena do purgatório, uma vez que estão próximos do horror do
desespero.
16. Inferno, purgatório e céu parecem diferir da mesma forma que o desespero, o semidesespero e a segurança.
17. Parece desnecessário, para as almas no purgatório, que o horror diminua na medida em que cresce o amor.
18. Parece não ter sido provado, nem por meio de argumentos racionais nem da Escritura, que elas se encontram fora do estado de mérito ou de
crescimento no amor.
19. Também parece não ter sido provado que as almas no purgatório estejam certas de sua bem-aventurança, ao menos não todas, mesmo que nós, de
nossa parte, tenhamos plena certeza.
20. Portanto, sob remissão plena de todas as penas, o papa não entende simplesmente todas, mas somente aquelas que ele mesmo impôs.
21. Erram, portanto, os pregadores de indulgências que afirmam que a pessoa é absolvida de toda pena e salva pelas indulgências do papa.
22. Com efeito, ele não dispensa as almas no purgatório de uma única pena que, segundo os cânones, elas deveriam ter pago nesta vida.
23. Se é que se pode dar algum perdão de todas as penas a alguém, ele, certamente, só é dado aos mais perfeitos, isto é, pouquíssimos.
24. Por isso, a maior parte do povo está sendo necessariamente ludibriada por essa magnífica e indistinta promessa de absolvição da pena.
25. O mesmo poder que o papa tem sobre o purgatório de modo geral, qualquer bispo e cura tem em sua diocese e paróquia em particular.
26. O papa faz muito bem ao dar remissão às almas não pelo poder das chaves (que ele não tem), mas por meio de intercessão.
27. Pregam doutrina humana os que dizem que, tão logo tilintar a moeda lançada na caixa, a alma sairá voando [do purgatório para o céu].
28. Certo é que, ao tilintar a moeda na caixa, podem aumentar o lucro e a cobiça; a intercessão da Igreja, porém, depende apenas da vontade de Deus.
29. E quem é que sabe se todas as almas no purgatório querem ser resgatadas? Dizem que este não foi o caso com S. Severino e S. Pascoal.
30. Ninguém tem certeza da veracidade de sua contrição, muito menos de haver conseguido plena remissão.
31. Tão raro como quem é penitente de verdade é quem adquire autenticamente as indulgências, ou seja, é raríssimo.
32. Serão condenados em eternidade, juntamente com seus mestres, aqueles que se julgam seguros de sua salvação através de carta de indulgência.
33. Deve-se ter muita cautela com aqueles que dizem serem as indulgências do papa aquela inestimável dádiva de Deus através da qual a pessoa é
reconciliada com Deus.
34. Pois aquelas graças das indulgências se referem somente às penas de satisfação sacramental, determinadas por seres humanos.
35. Não pregam cristãmente os que ensinam não ser necessária a contrição àqueles que querem resgatar ou adquirir breves confessionais.
36. Qualquer cristão verdadeiramente arrependido tem direito à remissão pela de pena e culpa, mesmo sem carta de indulgência.
37. Qualquer cristão verdadeiro, seja vivo, seja morto, tem participação em todos os bens de Cristo e da Igreja, por dádiva de Deus, mesmo sem carta de
indulgência.
38. Mesmo assim, a remissão e participação do papa de forma alguma devem ser desprezadas, porque (como disse) constituem declaração do perdão
divino.
39. Até mesmo para os mais doutos teólogos é dificílimo exaltar perante o povo ao mesmo tempo, a liberdade das indulgências e a verdadeira contrição.
40. A verdadeira contrição procura e ama as penas, ao passo que a abundância das indulgências as afrouxa e faz odiá-las, pelo menos dando ocasião para
tanto.
41. Deve-se pregar com muita cautela sobre as indulgências apostólicas, para que o povo não as julgue erroneamente como preferíveis às demais boas
obras do amor.
42. Deve-se ensinar aos cristãos que não é pensamento do papa que a compra de indulgências possa, de alguma forma, ser comparada com as obras de
misericórdia.
43. Deve-se ensinar aos cristãos que, dando ao pobre ou emprestando ao necessitado, procedem melhor do que se comprassem indulgências.
44. Ocorre que através da obra de amor cresce o amor e a pessoa se torna melhor, ao passo que com as indulgências ela não se torna melhor, mas apenas
mais livre da pena.
45. Deve-se ensinar aos cristãos que quem vê um carente e o negligencia para gastar com indulgências obtém para si não as indulgências do papa, mas a
ira de Deus.
46. Deve-se ensinar aos cristãos que, se não tiverem bens em abundância, devem conservar o que é necessário para sua casa e de forma alguma
desperdiçar dinheiro com indulgência.
47. Deve-se ensinar aos cristãos que a compra de indulgências é livre e não constitui obrigação.
48. Deve-se ensinar aos cristãos que, ao conceder indulgências, o papa, assim como mais necessita, da mesma forma mais deseja uma oração devota a
seu favor do que o dinheiro que se está pronto a pagar.
49. Deve-se ensinar aos cristãos que as indulgências do papa são úteis se não depositam sua confiança nelas, porém, extremamente prejudiciais se perdem
o temor de Deus por causa delas.
50. Deve-se ensinar aos cristãos que, se o papa soubesse das exações dos pregadores de indulgências, preferiria reduzir a cinzas a Basílica de S. Pedro a
edificá-la com a pele, a carne e os ossos de suas ovelhas.
51. Deve-se ensinar aos cristãos que o papa estaria disposto - como é seu dever - a dar do seu dinheiro àqueles muitos de quem alguns pregadores de
indulgências extraem ardilosamente o dinheiro, mesmo que para isto fosse necessário vender a Basílica de S. Pedro.
52. Vã é a confiança na salvação por meio de cartas de indulgências, mesmo que o comissário ou até mesmo o próprio papa desse sua alma como garantia
pelas mesmas.
53. São inimigos de Cristo e do papa aqueles que, por causa da pregação de indulgências, fazem calar por inteiro a palavra de Deus nas demais igrejas.
54. Ofende-se a palavra de Deus quando, em um mesmo sermão, se dedica tanto ou mais tempo às indulgências do que a ela.
55. A atitude do papa é necessariamente esta: se as indulgências (que são o menos importante) são celebradas com um toque de sino, uma procissão e
uma cerimônia, o Evangelho (que é o mais importante) deve ser anunciado com uma centena de sinos, procissões e cerimônias.
56. Os tesouros da Igreja, dos quais o papa concede as indulgências, não são suficientemente mencionados nem conhecidos entre o povo de Cristo.
57. É evidente que eles, certamente, não são de natureza temporal, visto que muitos pregadores não os distribuem tão facilmente, mas apenas os ajuntam.
58. Eles tampouco são os méritos de Cristo e dos santos, pois estes sempre operam, sem o papa, a graça do ser humano interior e a cruz, a morte e o
inferno do ser humano exterior.
59. S. Lourenço disse que os pobres da Igreja são os tesouros da mesma, empregando, no entanto, a palavra como era usada em sua época.
60. É sem temeridade que dizemos que as chaves da Igreja, que lhe foram proporcionadas pelo mérito de Cristo, constituem este tesouro.
61. Pois está claro que, para a remissão das penas e dos casos, o poder do papa por si só é suficiente.
62. O verdadeiro tesouro da Igreja é o santíssimo Evangelho da glória e da graça de Deus.
63. Este tesouro, entretanto, é o mais odiado, e com razão, porque faz com que os primeiros sejam os últimos.
64. Em contrapartida, o tesouro das indulgências é o mais benquisto, e com razão, pois faz dos últimos os primeiros.
65. Por esta razão, os tesouros do Evangelho são as redes com que outrora se pescavam homens possuidores de riquezas.
66. Os tesouros das indulgências, por sua vez, são as redes com que hoje se pesca a riqueza dos homens.
67. As indulgências apregoadas pelos seus vendedores como as maiores graças realmente podem ser entendidas como tal, na medida em que dão boa
renda.
68. Entretanto, na verdade, elas são as graças mais ínfimas em comparação com a graça de Deus e a piedade na cruz.
69. Os bispos e curas têm a obrigação de admitir com toda a reverência os comissários de indulgências apostólicas.
70. Têm, porém, a obrigação ainda maior de observar com os dois olhos e atentar com ambos os ouvidos para que esses comissários não preguem os seus
próprios sonhos em lugar do que lhes foi incumbido pelo papa.
71. Seja excomungado e maldito quem falar contra a verdade das indulgências apostólicas.
72. Seja bendito, porém, quem ficar alerta contra a devassidão e licenciosidade das palavras de um pregador de indulgências.
73. Assim como o papa, com razão, fulmina aqueles que, de qualquer forma, procuram defraudar o comércio de indulgências,
74. muito mais deseja fulminar aqueles que, a pretexto das indulgências, procuram defraudar a santa caridade e verdade.
75. A opinião de que as indulgências papais são tão eficazes ao ponto de poderem absolver um homem mesmo que tivesse violentado a mãe de Deus, caso
isso fosse possível, é loucura.
76. Afirmamos, pelo contrário, que as indulgências papais não podem anular sequer o menor dos pecados veniais no que se refere à sua culpa.
77. A afirmação de que nem mesmo S. Pedro, caso fosse o papa atualmente, poderia conceder maiores graças é blasfêmia contra São Pedro e o papa.
78. Afirmamos, ao contrário, que também este, assim como qualquer papa, tem graças maiores, quais sejam, o Evangelho, os poderes, os dons de curar,
etc., como está escrito em 1 Co 12.
79. É blasfêmia dizer que a cruz com as armas do papa, insignemente erguida, equivale à cruz de Cristo.
80. Terão que prestar contas os bispos, curas e teólogos que permitem que semelhantes conversas sejam difundidas entre o povo.
81. Essa licenciosa pregação de indulgências faz com que não seja fácil, nem para os homens doutos, defender a dignidade do papa contra calúnias ou
perguntas, sem dúvida argutas, dos leigos.
82. Por exemplo: por que o papa não evacua o purgatório por causa do santíssimo amor e da extrema necessidade das almas - o que seria a mais justa de
todas as causas -, se redime um número infinito de almas por causa do funestíssimo dinheiro para a construção da basílica - que é uma causa tão
insignificante?
83. Do mesmo modo: por que se mantêm as exéquias e os aniversários dos falecidos e por que ele não restitui ou permite que se recebam de volta as
doações efetuadas em favor deles, visto que já não é justo orar pelos redimidos?
84. Do mesmo modo: que nova piedade de Deus e do papa é essa: por causa do dinheiro, permitem ao ímpio e inimigo redimir uma alma piedosa e amiga
de Deus, porém não a redimem por causa da necessidade da mesma alma piedosa e dileta, por amor gratuito?
85. Do mesmo modo: por que os cânones penitenciais - de fato e por desuso já há muito revogados e mortos - ainda assim são redimidos com dinheiro, pela
concessão de indulgências, como se ainda estivessem em pleno vigor?
86. Do mesmo modo: por que o papa, cuja fortuna hoje é maior do que a dos mais ricos Crassos, não constrói com seu próprio dinheiro ao menos esta uma
basílica de São Pedro, ao invés de fazê-lo com o dinheiro dos pobres fiéis?
87. Do mesmo modo: o que é que o papa perdoa e concede àqueles que, pela contrição perfeita, têm direito à remissão e participação plenária?
88. Do mesmo modo: que benefício maior se poderia proporcionar à Igreja do que se o papa, assim como agora o faz uma vez, da mesma forma
concedesse essas remissões e participações 100 vezes ao dia a qualquer dos fiéis?
89. Já que, com as indulgências, o papa procura mais a salvação das almas do o dinheiro, por que suspende as cartas e indulgências outrora já concedidas,
se são igualmente eficazes?
90. Reprimir esses argumentos muito perspicazes dos leigos somente pela força, sem refutá-los apresentando razões, significa expor a Igreja e o papa à
zombaria dos inimigos e desgraçar os cristãos.
91. Se, portanto, as indulgências fossem pregadas em conformidade com o espírito e a opinião do papa, todas essas objeções poderiam ser facilmente
respondidas e nem mesmo teriam surgido.
92. Fora, pois, com todos esses profetas que dizem ao povo de Cristo: "Paz, paz!" sem que haja paz!
93. Que prosperem todos os profetas que dizem ao povo de Cristo: "Cruz! Cruz!" sem que haja cruz!
94. Devem-se exortar os cristãos a que se esforcem por seguir a Cristo, seu cabeça, através das penas, da morte e do inferno;
95. e, assim, a que confiem que entrarão no céu antes através de muitas tribulações do que pela segurança da paz.
quarta-feira, 5 de novembro de 2008
OASE de Vitória das Missões
Conversa com o Amigo P. Jacson da IELB
terça-feira, 4 de novembro de 2008
Obras na Comunidade de São Miguel
Confirmandos de São Miguel
Site da IECLB Publica Vagas
Santo Ângelo I/II/RS
03/2009
pastoral
animado/a e disposto/a a enfrentar o desafio de servir ao Senhor em uma Paróquia composta de contexto urbano e rural; relacionamento ecumênico; trabalho em equipe com os presbitérios e com o/a colega; habilidade na área da visitação; disposto/a a trabalhar com os diferentes setores: OASE, casais reencontristas, pastoral da família, jovens, estudo bíblico, ensino confirmatório, terceira idade, sala de costura, grupos de canto e instrumental, culto infantil; acompanhar e motivar a formação de líderes
obs.: preferencialmente casal, que ocupariam as duas vagas
capacidade de diálogo; habilidade em algum instrumento musical; experiência e motivação para trabalhar com jovens; motivador/a; aglutinador/a; conciliador/a; ético/a; comunicativo/a; habilidade para administrar relações interpessoais; bom pregador/a; identificado com a confessionalidade luterana
currículos até 25/11/2008
rlschneider72@yahoo.com.br
paroquiamissoes@ibest.com.br
obs.: cópia para o Sínodo: sínodonoroeste@luteranos.com.br
Encontro com os Confirmandos
Finados e as Chuvas
sábado, 1 de novembro de 2008
Doutora Bio química de São Paulo nos Visita
Erna Elisabeth Bach
possui graduação em Química Bacharelado pela Faculdade de Filosofia Ciências e Letras Oswaldo Cruz (1975), graduação em Química licenciatura pela Universidade de Guarulhos (1974), mestrado em Agronomia (Fitopatologia) pela Universidade de São Paulo (1991) e doutorado em Agronomia (Fitopatologia) pela Universidade de São Paulo (1997). Especialização pelo DSE (alemanha) Planificação Proteção vegetal (ambiental).Pesquisador aposentado pela Secretaria da Agricultura e Abastecimento SPaulo (Instituto Biológico). Atualmente é professora e pesquisadora da Universidade Nove de Julho, professora credenciado para orientação da Universidade de Mogi das Cruzes-pós graduação em biotecnmologia. Tem experiência na área de Biotecnologia, com ênfase em Bioquímica, inducao resistencia, controle de doenças e mecanismos bioquímicos com interação planta-patógeno.
quinta-feira, 30 de outubro de 2008
O termo Protestante
Lutero começou a perceber que aquele movimento social podia prejudicar a Reforma. Em vista disso pediu aos príncipes para que pusessem fim à desordem. Eles agiram com a força e massacraram cerca de cem mil camponeses. Considerando esta ação uma traição de Lutero, os do Sul abandonaram-no e permaneceram na Igreja Católica. Os príncipes católicos culparam Lutero de ser causador da rebelião e proibiram a pregação da Reforma em seus territórios. Estes acontecimentos obrigaram Lutero a desenvolver uma organização e uma liturgia própria para os seus adeptos do Norte.
Na Dieta de Spira, em 1526, foi estabelecido que os cidadãos de cada estado eram livres para seguir a fé que o seu príncipe achasse correta. Desta permissão resultou um rápido crescimento do luteranismo. Porém, numa segunda assembléia, na mesma cidade, em 1529, compareceram em maioria os príncipes católicos e, perante Carlos V, revogaram a decisão anterior, declarando a Fé católica a única legal, impedindo, desta maneira, o ensino luterano em todos os estados. Os príncipes luteranos reagiram imediatamente, lendo um manifesto em que protestavam contra tal atitude. Em virtude daquele protesto, os católicos passaram a chamá-los de “protestantes” até o dia de hoje.
Considerando os acontecimentos, Carlos V pediu que lhe apresentassem uma exposição ordenada dos assuntos em discussão. Esse documento, preparado por Melanchton, foi apresentado na Dieta de Augsburg e ficou sendo conhecido como a “Confissão de Augsburg”, a qual passou a reger os luteranos.
Então, os príncipes luteranos reuniram-se em Schmalkald e decidiram organizar-se para difundirem a sua Fé. Esse acordo é chamado a Liga de Schmalkald (1531) cujo propósito era resistir ao provável edito imperial. O luteranismo progrediu no Norte, enquanto o Sul permanecia católico. A separação de Roma tornara-se então definitiva e logo foram estabelecidas novas normas para a ordenação de futuros pastores.
As lutas religiosas só terminaram com o acordo de paz efetuado em Augsburg em 1555. Esse acordo reconheceu os mesmos direitos a ambas as partes. Isto é, católicos e protestantes podiam seguir a religião do príncipe da sua escolha. Aos dissidentes foi reconhecido o direito de emigrar.
Resposta para o Senhor Adalberto no Recado Deixado no Mural
A Comunidade Evangélica de Confissão Luterana de Santo Ângelo está surpresa com a notícia do abaixo assinado para interromper os badalos que são tocados pelo sino oriundos do relógio na torre da Igreja. O relógio é uma marca da Comunidade Evangélica em Santo Ângelo. No período em que atendi propriamente a Comunidade de Santo Ângelo no pastorado, agora atendo as comunidades situadas em outros municípios. Quem atende Santo Ângelo é a pastora Márcia minha colega. Mas posso dizer que a sociedade, as pessoas pedem pelo sinal sonoro do relógio quando ele deixa de funcionar. Eu creio que teria sido mais prudente se o senhor da reserva tivesse entrado em contato com a direção da Comunidade. Provavelmente através do diálogo teria chegado a um consenso. No entanto, atualmente, eu não sei qual é a posição da Comunidade em nível de diretoria quanto a este manifesto. Imagino que a Comunidade esteja esperando algum comunicado oficial para se posicionar no sentido de defender este símbolo de Santo Ângelo.
Um abraço e obrigado por deixar um recado no blog.
quarta-feira, 29 de outubro de 2008
A Dieta de Worms
Aos 18 de Abril de 1521, Lutero compareceu na Dieta, presidida pelo imperador. Durante o interrogatório mostraram-lhe um montão de livros e perguntaram-lhe se os havia escrito. Depois de os haver examinado respondeu que sim e que havia outros que não estavam ali. Após longo interrogatório e perante o pedido que se retratasse e renegasse o que havia escrito, respondeu: “A não ser que eu seja convencido do erro pelo testemunho das Escrituras ou – visto que não dou valor à autoridade não provada do papa e dos concílios, por ser claro que muitas vezes eles erraram e frequentemente se contradisseram – por um raciocínio evidente, continuo convencido pelas Escrituras às quais apelei e minha consciência foi feita cativa pela Palavra de Deus, não posso e não quero retratar-me de qualquer coisa, pois agir contra a nossa consciência não é coisa segura nem permitida a nós. Esta é a minha posição. Não posso agir diversamente. Que Deus me ajude. Amén”. (Doc. Igreja Cristã, pg. 250).
Por fim, Lutero deixou a cidade em paz e regressou a Wittenberg sob escolta do imperador. Após a sua partida a assembleia publicou um decreto que proibia a leitura dos seus escritos, assim como a qualquer cidadão dar alojamento ao monge rebelde, mas que deviam prendê-lo enviá-lo às autoridades imperiais. Porém, no caminho foi assaltado por soldados do seu protetor Frederico que o conduziram para o Castelo de Wartzburg. Ali, permaneceu disfarçado e protegido, sob o nome de Cavaleiro George, porém, com algumas lutas internas, até mesmo com o diabo. Foi nesse período, de Maio de 1521 a Março de 1522, que traduziu o Novo Testamento para o alemão, o qual era levado para toda a parte por mercadores. A tradução do Antigo Testamento só foi completada alguns anos mais tarde, em 1534.
A Bíblia de Lutero tornou-se o monumento da literatura alemã. Escreveu muitos panfletos, assim como belos hinos, como “Castelo Forte”. Para instrução nas igrejas elaborou os Catecismos Maior e Menor. Também se interessou com a instrução do povo para que pudesse ler a Bíblia em alemão. Ele recomendou aos governantes a criação de escolas e recordou aos pais o dever de enviarem os filhos à escola. Interessou-se também pela educação secundária e universitária.
Enquanto esteve no exílio, Lutero contou com alguns colaboradores na continuação da Reforma em Wittenberg, sendo os mais destacados Melanchton e Calrstadt. Na sua ausência a Reforma tomou proporções que ele não imaginaria. Muitos monges e freiras abandonaram os conventos e casaram. Foram abolidas as missas pelos mortos. O culto foi simplificado e passaram a usar a língua do povo ao invés do latim. Os leigos começaram a receber os dois elementos da Santa Ceia, o pão e o vinho. Calrstadt ordenou a retirada das imagens das igrejas, provocando grande destruição nas obras de arte.
Entretanto, apareceram em Wittenberg três leigos de Zwickau que diziam ser profetas e vinham pregando reformas mais radicais. Afirmavam que o que importava não era o texto das Escrituras, mas sim a revelação presente do Espírito Santo. Deste modo, não precisavam da Bíblia para orientação. Ensinavam que o Reino de Deus apareceria brevemente e que os seguidores teriam revelações especiais. Perante este fato Filipe Melanchton não sabia o que fazer e pediu conselho a Lutero. Este entendeu que estava em jogo a pureza do evangelho e arriscou regressar à sua cidade universitária a fim de controlar a situação, avisando, para isso, o seu príncipe protector.
Militar Aposentado se Incomoda com os Badalos do Sino e move abaixo Assinado Contra a Comunidade Evangélica de Santo Ângelo
"OS INCOMODADOS QUE SE RETIREM "
terça-feira, 28 de outubro de 2008
O Julgamento de Lutero
Lutero encontrou apoio na sua Universidade e no soberano príncipe Frederico, o Sábio. No princípio o eleitor defendeu Lutero mais por questões de justiça do que pelas suas ideias; mas posteriormente foi convencido que o monge tinha razão. Além disso, ele não apreciava que os italianos se metessem nos assuntos dos alemães. Era o nacionalismo em despertamento.
Lutero encontrou, também, em Filipe Melanchton, um aliado valioso. Tinha ele 21 anos quando chegou a Wittenberg, em 1518, para ensinar grego na Universidade. Conhecedor das línguas clássicas e do hebraico, tornou-se o teólogo da Reforma, defendendo lealmente, com outros, as opiniões de Lutero. Todos eles reconheceram a Bíblia como a única autoridade em matéria de teologia, fé e moral.
O erudito Filipe Melanchton, companheiro de Lutero durante 30 anos, foi o autor do primeiro tratado teológico da Reforma, que saiu em 1521. Atingiu inúmeras edições durante a sua vida e fez dele o teólogo do Movimento Luterano.
Durante os primeiros meses de 1519 Lutero dedicou-se a estudar a história dos papas e encontrou bases para justificar a sua dúvida sobre a autoridade papal. O estudo da Bíblia convencera-o da justificação pela fé. O estudo do papado convenceu-o de que o papa não tinha recebido o direito de ser a cabeça de todas as igrejas.
Posteriormente, Lutero foi convencido para uma discussão pública com o brilhante orador e teólogo conservador John Eck, em Leipzig, no mês de Julho de 1519. Eck, com a sua argúcia, conseguiu levar Lutero a admitir a falibilidade de um concílio geral e a confessar a sua relutância em aceitar as decisões papais sem as questionar, assim como a admitir que “entre as crenças condenadas de John Huss e seus discípulos existem muitas que são verdadeiramente cristãs e evangélicas e que a Igreja Católica não pode condenar”. Esta parcial identificação com as doutrinas hussitas alegrou Eck com uma possível vitória sobre Lutero. Seria o princípio do fim para ele. Mais tarde, em Fevereiro de 1520, escreveu ironicamente num dos seus panfletos: “Somos todos hussitas sem o saber. São Paulo e Santo Agostinho são hussitas”.
Em 1520, Lutero resolveu publicar três panfletos a fim de levar o assunto ao conhecimento do povo alemão. Em “Apelo à Nobreza germânica” atingira a hierarquia romana, demolindo, à luz das Escrituras, os argumentos papais de que a autoridade espiritual era superior à temporal, de que somente o papa poderia interpretar as Escrituras, e que somente ele poderia convocar um concílio. Para Lutero, os príncipes poderiam, caso fosse necessário, reformar a Igreja, o papa não deveria interferir nos assuntos civis, e os crentes tinham o direito de eleger os seus sacerdotes. Em “O Cativeiro Babilónico” desafiou o sistema sacramental romanista limitando a três os sacramentos válidos, Batismo, Santa Ceia e Penitência, ou confissão privada. No terceiro panfleto, “Sobre a liberdade do Homem Cristão” atingiu a teologia romana ao reconhecer o sacerdócio de todos os cristãos como resultado da sua fé em Cristo.
Após longas controvérsias sobre os ensinamentos e publicações, Lutero foi, finalmente, excomungado por bula do papa Leão X, em Junho de 1520. Entretanto, as suas publicações alimentaram as chamas duma fogueira em Colónia. A dita bula foi recebida como um desafio e classificada como “bula execrável do anticristo”. Como resposta, aos 10 de Dezembro, perante uma assistência de professores, estudantes e povo, Lutero queimou a bula juntamente com cópias do Direito Canónico e outros decretos papais. Este ato marcava a renúncia definitiva de Lutero à Igreja Romana.
As teses de Lutero eram 95, aqui coloco alguns exemplos de teses de Lutero
“Deve ensinar-se aos cristãos que o papa – como é do seu dever – desejaria dar os seus próprios bens aos pobres homens de quem certos vendedores de perdões extorquem o dinheiro; que para este fim ele venderia – se fosse possível – a Basílica de S. Pedro” (51) .
“São inimigos de Cristo e do povo os que em razão da pregação das indulgências exigem que a Palavra de Deus seja silenciada em outras igrejas” (53).
“Os tesouros do Evangelho são redes com que desde a antiguidade se pescam homens de bens” (65).
“Os tesouros das indulgências são redes com que agora se pescam os bens dos homens” (66).
“Por que o papa não esvazia o purgatório por um santíssimo acto de amor e das grandes necessidades das almas; isto não seria a mais justa das causas visto que ele resgata um número infinito de almas por causa do sórdido dinheiro dado para edificação de uma basílica que é uma causa bem trivial?” (82).
Lutero enviou uma cópia das teses, juntamente com uma carta muito respeitosa, ao tal arcebispo Alberto de Brandeburgo. Este, sentindo-se prejudicado, enviou o correio para Roma, ao papa Leão X, com o pedido de intervenção. O imperador Maximiliano também ficou irado com as atitudes de Lutero e pediu a intervenção do papa. Este, por sua vez, enviou a questão à congregação dos agostinhos em Heidelberg e Lutero foi convocado a comparecer perante o principal da Ordem. Temendo por sua vida, dirigiu-se para lá e qual não foi o seu espanto quando soube que muitos dos monges eram favoráveis à sua doutrina. Lutero regressou a Wittenberg fortalecido com o apoio da sua Ordem.