O objetivo do blog é divulgar o trabalho pastoral realizado na Paróquia Evangélica de Confissão Luterana Alto Jacuí.
domingo, 10 de fevereiro de 2008
Aniversário de Lívia Jaeger
sábado, 9 de fevereiro de 2008
quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008
Bodas de ouro Arlindo e Ilca Wilkomm dia 9 fevereiro 2008
Deus tem as suas razões que a própria razão muitas vezes desconhece. Nós não sabemos quais são os desígnios de Deus, mas vivemos sobre a sua orientação. Desígnio este que Arlindo e Ilca também não conheciam enquanto estudaram juntos na mesma escola. E a escola funcionava, aqui na comunidade Evangélica de Vitória. Arlindo teve que amadurecer muito rápido, pois ficou órfão de mãe com 7 anos de idade e órfão de pai com 17 anos. A vida era muito difícil, pois o trabalho árduo e constante era sem dúvida rigoroso. Ilca teve a felicidade de conviver durante muito tempo com os seus familiares, pois inclusive chegou a participar das bodas de diamantes dos seus pais. Deus colocou Arlindo e Ilca no mesmo caminho, pois se apaixonaram e se enamoraram e o casamento aconteceu no dia 8 de fevereiro de 1958 na Comunidade Evangélica de Colônia Vitória. Foi um dia muito especial, quanta alegria. Eles enfrentaram muitas dificuldades no inicio da vida matrimonial, os ajustes, as adequações. Mas são vencedores. Depois vieram os filhos, 7 filhos: Silvia, Sérgio, Rogério, Sônia, Célia, Élbio e Flávio. Arlindo e Ilca sempre tiveram os filhos por perto, eles trabalhavam juntos. Eles passaram muitos e bons ensinamentos aos filhos, muito zelo, educação e principalmente os valores morais. Arlindo e Ilca com certeza sempre foram e continuam sendo espelhos para os seus filhos, pois participaram em várias diretorias em comunidades, escolas, igreja e CTG. Eles são membros muito ativos na comunidade e procuram se fortalecer na fé através das palavras de Jesus. Deus marcou um para o outro e juntos eles se complementam e se completam.
É esta a história extremamente reduzida da vida do casal wilkomm que não foram só rosas, os espinhos também estiveram presentes, em algumas etapas de suas vidas, mas graças ao bom Deus. Em quem sempre depositaram toda a confiança. Hoje estão comemorando os seus 50 anos de união conjugal, juntamente com toda a sua família reunida, que é para eles a maior alegria e satisfação, a maior graça que o bom Deus lhes poderia dar, e por este motivo que é para ambos uma benção. Eles agradecem a Deus diariamente ao bondoso Pai das alturas que continue abençoando a sua família até o fim de suas vidas. Em nome de Jesus. Amém
É esta a história extremamente reduzida da vida do casal wilkomm que não foram só rosas, os espinhos também estiveram presentes, em algumas etapas de suas vidas, mas graças ao bom Deus. Em quem sempre depositaram toda a confiança. Hoje estão comemorando os seus 50 anos de união conjugal, juntamente com toda a sua família reunida, que é para eles a maior alegria e satisfação, a maior graça que o bom Deus lhes poderia dar, e por este motivo que é para ambos uma benção. Eles agradecem a Deus diariamente ao bondoso Pai das alturas que continue abençoando a sua família até o fim de suas vidas. Em nome de Jesus. Amém
Culto de Cinzas em Santo Ângelo
No dia 6 de fevereiro de 2008, às 19:30, ocorreu o culto de cinzas, ou culto penitencial em Santo Ângelo. O tema do culto foi o arrependimento focalizado nos textos de Jonas 3. 1-10 e Lc. 12.29-32. Depois da reflexão todos foram convidados e desafiados a passar pelas cinzas da conversão.
Agradecemos a Deus pela presença dele em nosso meio e pela inspiração que ele nos dá.
quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008
Texto para o Jornal Mensageiro
40 Anos
A duração da Quaresma está baseada no símbolo do número quarenta na Bíblia. Nesta, é falada dos quarenta dias do dilúvio, dos quarenta anos de peregrinação do povo judeu pelo deserto, dos quarenta dias e Moisés e de Elias na montanha, dos quarenta dias que Jesus passou no deserto antes de começar sua vida pública, dos 400 anos que durou o exílio dos judeus no Egito. Na Bíblia, o número quatro simboliza o universo material, seguido de zeros significa o tempo de nossa vida na terra, seguido de provações e dificuldades. Na Quaresma, Cristo nos convida a mudar de vida. A Igreja nos convida a viver a Quaresma como um caminho a Jesus Cristo, escutando a Palavra de Deus, orando, compartilhando com o próximo e praticando boas ações. Nos convida a viver uma série de atitudes cristãs que nos ajudam a parecer mais com Jesus Cristo, já que por ação do pecado, nos afastamos mais de Deus. Por isso, a Quaresma é o tempo do perdão e da reconciliação fraterna. Cada dia, durante a vida, devemos retirar de nossos corações o ódio, o rancor, a inveja, os zelos que se opõem a nosso amor a Deus e aos irmãos. Na Quaresma, aprendemos a conhecer e apreciar a Cruz de Jesus. Com isto aprendemos também a tomar nossa cruz com alegria para alcançar a glória da ressurreição.
P. Claudio De Marchi
terça-feira, 5 de fevereiro de 2008
IECLB Envia Pastor Para Buriti
A partir de 15 de janeiro de 2008 a Paróquia Evangélica de Buriti tem como obreiro o Pastor Vilson Luiz Hining. Como este é o seu primeiro campo de trabalho o processo aconteceu por envio. Pastor Vilson é casado com Sônia Mara Duarte Hining e o casal tem um filho, Pedro Henrique de quatro anos.
Sua ordenação deverá acontecer assim que a Presidência da IECLB confirmar a data.
O Pastor fez o seu estágio na Paróquia Ev. de Esteio-RS e o PPHM na Paróquia Ev. de Três Coroas-RS.
É um momento novo que deve integrar e promover a comunhão e reconciliação.
Desejamos a família boas vindas.
Sua ordenação deverá acontecer assim que a Presidência da IECLB confirmar a data.
O Pastor fez o seu estágio na Paróquia Ev. de Esteio-RS e o PPHM na Paróquia Ev. de Três Coroas-RS.
É um momento novo que deve integrar e promover a comunhão e reconciliação.
Desejamos a família boas vindas.
Olinda S. Hergert
domingo, 3 de fevereiro de 2008
O Presidente da Comunidade de Entre Ijuis
Culto Festivo
Culto de Batismo em Santo Ângelo
sábado, 2 de fevereiro de 2008
Conexão ADSL Quase Grátis
Prezados blogueiros!
Eu tinha a conexão adsl de autenticação com o provedor PS5 (www.ps5.com.br) que no ano passado paguei pelo ano todo 24 reais. Este ano notei que estava difícil para autenticar o login, eu estava tendo que entrar com ping e forçar a barra. E o pior nem fui avisado por email que estava sendo cortado do ps5 pelo vencimento da fatura. A minha surpresa foi verificar o quanto o ps5 estava cobrando neste ano de 2008, 65 reais para o ano. Pesquisa dali e pesquisa daqui, encontrei um provedor melhor que o ps5, é uma parceria entre brasiltelecom e GVT. Este provedor é o adslresidencial.com.br (www.adslresidencial.com.br). Eu fiz imediatamente a inscrição e já recebi por email a confirmação do cadastro e baixei um boleto de 19,90 para o ano todo. E com a vantagem do provedor estar localizado em Santa Maria o que favorece imensamente a velocidade de navegação. Ai, está uma dica boa pra você meu caro internauta. Abraços e bom carnaval, enquanto tu pulas e se diverte, eu oro por ti.
sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008
Martinho Lutero o criador do Conceito de Educação Útil
MARTINHO LUTERO
O fundador do protestantismo foi também um dos responsáveis por formular o sistema de ensino público que serviu de modelo para a escola moderna no Ocidente
Autor Márcio Ferrari
Movido pela indignação e pela discordância com os costumes da Igreja de seu tempo, o monge alemão Martinho Lutero (1483-1546) foi o responsável pela reforma protestante, que originou uma das três grandes vertentes do cristianismo (ao lado do catolicismo e da Igreja Ortodoxa). O nascimento do protestantismo teve profundas implicações sociais, econômicas e políticas. Na educação, o pensamento de Lutero produziu uma reforma global do sistema de ensino alemão, que inaugurou a escola moderna. Seus reflexos se estenderam pelo Ocidente e chegam aos dias de hoje. A idéia da escola pública e para todos, organizada em três grandes ciclos (fundamental, médio e superior) e voltada para o saber útil nasce do projeto educacional de Lutero. "A distinção clara entre a esfera espiritual e as coisas do mundo propiciou um avanço para o conhecimento e o exercício funcional das coisas práticas", diz o pastor Walter Altmann, presidente da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil. Venda de indulgências foi o estopim da revolta Embora nunca tivesse planejado uma cisão na Igreja, Lutero dedicou a maior parte de sua vida à polêmica doutrinária em torno da fé cristã. Sua produção intelectual foi intensa e erudita, e seus atos, graças ao surgimento da imprensa e do clima de descontentamento social, ganharam vasta repercussão. Apesar da complexidade do cenário, pode-se identificar dois fatores que desencadearam a dissidência de Lutero. O primeiro foi a venda de indulgências pela Igreja. Segundo esse costume, que se iniciou na última fase da Idade Média, os fiéis podiam comprar, de um representante do clero, parte da absolvição de seus pecados. A prática era oficial, aprovada pelo papa e vinha acompanhada de um ritual solene. O comércio de indulgências representava uma espécie de resumo do que havia de mais condenável no comportamento da Igreja daquele tempo: ganância, ostentação, arbitrariedade e mundanismo. As deturpações do cristianismo incomodavam os poderes locais e repugnavam os intelectuais. Lutero sempre havia pregado contra as indulgências, mas o que o levou a realizar um protesto público, em 1517, foi a venda de uma indulgência especial, que oferecia privilégios específicos, lançada pelo Vaticano para financiar a reconstrução da Basílica de São Pedro. Contra ela, Lutero elaborou 95 teses, criticando as práticas eclesiásticas, e afixou-as na porta da Igreja do Castelo de Wittenberg. Foi o início do conflito entre o monge alemão e a autoridade papal. A segunda grande inquietação de Lutero tinha origem doutrinária e o atormentou durante seus anos de formação. Ele não aceitava o princípio, então dominante no cristianismo, de que a justiça divina se manifestava, no plano terreno, como um julgamento dos atos dos homens. Para Lutero, isso produzia medo e tornava praticamente impossível o sentimento espontâneo de amor a Deus. A indignação de Lutero só se dissipou quando, ao interpretar os Evangelhos, concluiu que os homens vivem por uma graça de Deus e que a justiça divina é revelada pelas escrituras de modo passivo e independentemente dos méritos ou ações de cada um durante a vida. Foi o que se tornou conhecido como doutrina da salvação pela fé. Instrução para fortalecer a cidadeTão importante quanto Lutero para a educação foi Philipp Melanchthon (1497-1560), o "preceptor da Alemanha". Durante o período que Lutero passou impedido de se manifestar publicamente, Melanchthon foi o porta-voz da causa reformista e um dos encarregados de reorganizar as igrejas dos principados que haviam aderido ao luteranismo. Esse trabalho resultou no projeto de criação de um sistema de escolas públicas, adotado pelo estado da Saxônia e depois copiado em quase toda a Alemanha. A reforma da instrução era uma das principais reivindicações das camadas mais pobres da população, insatisfeitas com as más condições de vida e com o ensino escasso e ineficaz oferecido pela Igreja. Esses foram alguns dos motivos da revolta armada dos camponeses, sangrentamente reprimida em 1525. Tanto Melanchthon quanto Lutero — que, entre outros princípios avançados para seu tempo, defendiam a educação também para as meninas - viam na instrução um assunto do interesse dos governantes. "A maior força de uma cidade é ter muitos cidadãos instruídos", escreveu Lutero. Para isso, foi criado um sistema que atendia tanto à finalidade de preparar para o trabalho quanto à possibilidade de prosseguir os estudos para elevação cultural. O currículo era fortemente baseado nas ciências humanas, atribuindo importante função formadora ao estudo da História. Nova classe seria formada por cidadãos cultosA reivindicação pela liberdade de interpretar a Bíblia tornou-se não só um dos pilares da reforma protestante como o princípio fundador do projeto educacional de Lutero, que valorizou a alfabetização e o ensino de línguas — e, mais importante, pregou o acesso de todos a esse conhecimento. Os renovadores religiosos defendiam a formação de uma nova classe de homens cultos, dando origem ao conceito de utilidade social da educação. Lutero tinha um projeto inovador, mas abominava a possibilidade de se tornar porta-voz de qualquer idéia ou ambição revolucionária. Mesmo assim, o surgimento do protestantismo foi ao encontro dos desejos da classe economicamente emergente de comerciantes, para quem a educação representava uma possibilidade de aceitação e ascendência social. Nas primeiras décadas do século 16, o Sacro Império Romano-Germânico era um mosaico de principados mais ou menos independentes. Os interesses político-econômicos do imperador, da Igreja e dos príncipes emperravam uns aos outros. Os príncipes, menos obrigados ao poder papal do que o imperador, viram em Lutero uma possibilidade de se afirmar politicamente contra a autoridade central e de contestar os direitos da Igreja sobre riquezas que se encontravam em seus territórios. O fato de Lutero não acreditar que a salvação da alma estivesse vinculada às ações em vida não implicava descaso pelas coisas mundanas. Ao desvincular as esferas do poder espiritual e do poder temporal, Lutero atribuía ao último a responsabilidade de administração da vontade de Deus — por isso a obediência civil seria um dever moral e a rebelião um pecado. "A ligação entre os dois mundos é a fé, porque os que crêem são também vocacionados para servir o próximo na sociedade", diz o pastor Altmann. Tempo de revolta contra os vícios da IgrejaA reforma luterana foi o mais importante, mas não o único, movimento religioso a confrontar a Igreja entre o final da Idade Média e o início da Idade Moderna. Outras cisões do período foram o calvinismo, liderado pelo suíço João Calvino (1509-1564), e o anglicanismo, oficializado em 1558. Todas essas rupturas misturavam teologia, política e nacionalismo. Elas tinham em comum a reação contra o autoritarismo das estruturas medievais da Igreja e também seus desvios morais. Todas pretenderam renovar o cristianismo, com o ressurgimento da fé considerada autêntica, isto é, individual e interiorizada. Do ramo protestante do cristianismo nasceram várias subdivisões: luteranos, metodistas, batistas e os pentecostais e neopentecostais, conhecidos popularmente no Brasil como evangélicos. O golpe desferido pela reforma luterana na Igreja de Roma foi o tema central do Concílio de Trento, reunião de cúpula do catolicismo que durou 18 anos (de 1545 a 1563). Dele nasceu o movimento conhecido como Contra-Reforma, uma iniciativa em várias frentes para recobrar a imagem de austeridade e o respeito dos fiéis.
Biografia
O fundador do protestantismo foi também um dos responsáveis por formular o sistema de ensino público que serviu de modelo para a escola moderna no Ocidente
Autor Márcio Ferrari
Movido pela indignação e pela discordância com os costumes da Igreja de seu tempo, o monge alemão Martinho Lutero (1483-1546) foi o responsável pela reforma protestante, que originou uma das três grandes vertentes do cristianismo (ao lado do catolicismo e da Igreja Ortodoxa). O nascimento do protestantismo teve profundas implicações sociais, econômicas e políticas. Na educação, o pensamento de Lutero produziu uma reforma global do sistema de ensino alemão, que inaugurou a escola moderna. Seus reflexos se estenderam pelo Ocidente e chegam aos dias de hoje. A idéia da escola pública e para todos, organizada em três grandes ciclos (fundamental, médio e superior) e voltada para o saber útil nasce do projeto educacional de Lutero. "A distinção clara entre a esfera espiritual e as coisas do mundo propiciou um avanço para o conhecimento e o exercício funcional das coisas práticas", diz o pastor Walter Altmann, presidente da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil. Venda de indulgências foi o estopim da revolta Embora nunca tivesse planejado uma cisão na Igreja, Lutero dedicou a maior parte de sua vida à polêmica doutrinária em torno da fé cristã. Sua produção intelectual foi intensa e erudita, e seus atos, graças ao surgimento da imprensa e do clima de descontentamento social, ganharam vasta repercussão. Apesar da complexidade do cenário, pode-se identificar dois fatores que desencadearam a dissidência de Lutero. O primeiro foi a venda de indulgências pela Igreja. Segundo esse costume, que se iniciou na última fase da Idade Média, os fiéis podiam comprar, de um representante do clero, parte da absolvição de seus pecados. A prática era oficial, aprovada pelo papa e vinha acompanhada de um ritual solene. O comércio de indulgências representava uma espécie de resumo do que havia de mais condenável no comportamento da Igreja daquele tempo: ganância, ostentação, arbitrariedade e mundanismo. As deturpações do cristianismo incomodavam os poderes locais e repugnavam os intelectuais. Lutero sempre havia pregado contra as indulgências, mas o que o levou a realizar um protesto público, em 1517, foi a venda de uma indulgência especial, que oferecia privilégios específicos, lançada pelo Vaticano para financiar a reconstrução da Basílica de São Pedro. Contra ela, Lutero elaborou 95 teses, criticando as práticas eclesiásticas, e afixou-as na porta da Igreja do Castelo de Wittenberg. Foi o início do conflito entre o monge alemão e a autoridade papal. A segunda grande inquietação de Lutero tinha origem doutrinária e o atormentou durante seus anos de formação. Ele não aceitava o princípio, então dominante no cristianismo, de que a justiça divina se manifestava, no plano terreno, como um julgamento dos atos dos homens. Para Lutero, isso produzia medo e tornava praticamente impossível o sentimento espontâneo de amor a Deus. A indignação de Lutero só se dissipou quando, ao interpretar os Evangelhos, concluiu que os homens vivem por uma graça de Deus e que a justiça divina é revelada pelas escrituras de modo passivo e independentemente dos méritos ou ações de cada um durante a vida. Foi o que se tornou conhecido como doutrina da salvação pela fé. Instrução para fortalecer a cidadeTão importante quanto Lutero para a educação foi Philipp Melanchthon (1497-1560), o "preceptor da Alemanha". Durante o período que Lutero passou impedido de se manifestar publicamente, Melanchthon foi o porta-voz da causa reformista e um dos encarregados de reorganizar as igrejas dos principados que haviam aderido ao luteranismo. Esse trabalho resultou no projeto de criação de um sistema de escolas públicas, adotado pelo estado da Saxônia e depois copiado em quase toda a Alemanha. A reforma da instrução era uma das principais reivindicações das camadas mais pobres da população, insatisfeitas com as más condições de vida e com o ensino escasso e ineficaz oferecido pela Igreja. Esses foram alguns dos motivos da revolta armada dos camponeses, sangrentamente reprimida em 1525. Tanto Melanchthon quanto Lutero — que, entre outros princípios avançados para seu tempo, defendiam a educação também para as meninas - viam na instrução um assunto do interesse dos governantes. "A maior força de uma cidade é ter muitos cidadãos instruídos", escreveu Lutero. Para isso, foi criado um sistema que atendia tanto à finalidade de preparar para o trabalho quanto à possibilidade de prosseguir os estudos para elevação cultural. O currículo era fortemente baseado nas ciências humanas, atribuindo importante função formadora ao estudo da História. Nova classe seria formada por cidadãos cultosA reivindicação pela liberdade de interpretar a Bíblia tornou-se não só um dos pilares da reforma protestante como o princípio fundador do projeto educacional de Lutero, que valorizou a alfabetização e o ensino de línguas — e, mais importante, pregou o acesso de todos a esse conhecimento. Os renovadores religiosos defendiam a formação de uma nova classe de homens cultos, dando origem ao conceito de utilidade social da educação. Lutero tinha um projeto inovador, mas abominava a possibilidade de se tornar porta-voz de qualquer idéia ou ambição revolucionária. Mesmo assim, o surgimento do protestantismo foi ao encontro dos desejos da classe economicamente emergente de comerciantes, para quem a educação representava uma possibilidade de aceitação e ascendência social. Nas primeiras décadas do século 16, o Sacro Império Romano-Germânico era um mosaico de principados mais ou menos independentes. Os interesses político-econômicos do imperador, da Igreja e dos príncipes emperravam uns aos outros. Os príncipes, menos obrigados ao poder papal do que o imperador, viram em Lutero uma possibilidade de se afirmar politicamente contra a autoridade central e de contestar os direitos da Igreja sobre riquezas que se encontravam em seus territórios. O fato de Lutero não acreditar que a salvação da alma estivesse vinculada às ações em vida não implicava descaso pelas coisas mundanas. Ao desvincular as esferas do poder espiritual e do poder temporal, Lutero atribuía ao último a responsabilidade de administração da vontade de Deus — por isso a obediência civil seria um dever moral e a rebelião um pecado. "A ligação entre os dois mundos é a fé, porque os que crêem são também vocacionados para servir o próximo na sociedade", diz o pastor Altmann. Tempo de revolta contra os vícios da IgrejaA reforma luterana foi o mais importante, mas não o único, movimento religioso a confrontar a Igreja entre o final da Idade Média e o início da Idade Moderna. Outras cisões do período foram o calvinismo, liderado pelo suíço João Calvino (1509-1564), e o anglicanismo, oficializado em 1558. Todas essas rupturas misturavam teologia, política e nacionalismo. Elas tinham em comum a reação contra o autoritarismo das estruturas medievais da Igreja e também seus desvios morais. Todas pretenderam renovar o cristianismo, com o ressurgimento da fé considerada autêntica, isto é, individual e interiorizada. Do ramo protestante do cristianismo nasceram várias subdivisões: luteranos, metodistas, batistas e os pentecostais e neopentecostais, conhecidos popularmente no Brasil como evangélicos. O golpe desferido pela reforma luterana na Igreja de Roma foi o tema central do Concílio de Trento, reunião de cúpula do catolicismo que durou 18 anos (de 1545 a 1563). Dele nasceu o movimento conhecido como Contra-Reforma, uma iniciativa em várias frentes para recobrar a imagem de austeridade e o respeito dos fiéis.
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