“Nós tínhamos um poço. De vez em quando ele precisava ser limpo. Depois de esvaziado, alguém precisava descer até o fundo para a limpeza final. Roldanas, corda, um balde amarrado na ponta da corta, lá ia eu, dentro do balde, até o fundo do poço. À medida que o balde descia e eu olhava para cima, a boca do poço parecia ficar cada vez menor. A impressão era de que não iria mais conseguir sair. Mas era apenas o meu sentimento. A saída estava lá. Bastava eu deixar que a mão que segurava a corda lá em cima me puxasse de volta.” O luto parece como a estreita boca do poço. Achamos que não vamos mais sair. Está escuro demais. São os nossos sentimentos de tristezas e perdas. Mas a mão de Deus continua firme. É questão de tempo. Ele está segurando a corda de nossa vida. Logo estaremos lá em cima. É um tempo de aprendizado que muitas vezes confronta fé com nossa interpretação do que é justo e injusto. Todos nós temos uma idéia bastante exata de como a nossa vida na verdade deveria transcorrer. Nós nos julgamos injustiçados quando confrontados com a dor e o sofrimento. Esta é a parte mais difícil da superar. Finados: cultivo de lembranças e saudades, jamais tempo de alimentar sentimentos de culpa e de injustiças.
Pastor Sinodal Renato Küntzer do Sinodo Noroeste.
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