sábado, 14 de abril de 2012

Reflexão de Domingo - 15/04/2012

1 João 1:1-2.2

Queridas irmãs e irmãos em Cristo!
Aconteceu num grande frigorífico que certo dia ao término do trabalho um funcionário foi inspecionar a câmara fria. Acidentalmente a porta se fechou e ele ficou preso. Bateu desesperadamente na porta, gritou por ajuda, mas nada de alguém lhe socorrer. Era na verdade impossível alguém ouvi-lo. Pois os funcionários por ser fim do expediente, já tinham ido embora. E agora, já debilitado e desesperado com um frio insuportável, o que fazer? E eis que de repente a porta se abriu. Qual o milagre? O vigia entrou na câmara fria e o encontrou. Logo o ajudou a sair dali, salvando-o. Perguntaram ao vigia: O que fez você abrir a porta da câmara fria se isso não fazia parte de sua tarefa? Então ele falou: Estou trabalhando há muitos anos nesta empresa. Muitos funcionários trabalham aqui. Todos entram e saem passando pela guarita. Ele era um dos poucos que me cumprimentava diariamente ao chegar e se despedia na saída. Hoje pela manhã na chegada, ele ainda me cumprimentou. Mas não se despediu no fim do expediente. Senti falta dele e então imaginei que algo estava errado. Instintivamente fui procurá-lo e o encontrei. Qual não foi a minha surpresa encontrá-lo fechado na câmara fria. Estou feliz por salvar um amigo e imensamente grato a Deus.
Que lição podemos tirar desta historia? Podemos ser uma ajuda, como também sermos ajudados se tivermos relacionamentos fraternos e estreitos com outras pessoas. Pois na comunhão com outros se estabelece uma relação afetiva e isso nos pode levar a sermos "o cuidador do irmão", a praticarmos o amor de uns para com outros. Sim, construir vínculos aproxima pessoas e a se alegrar com os que se alegram e chorar com os que choram.
Como são os nossos relacionamentos na família, sejam entre marido e mulher, pais e filho/a, entre irmãos...; entre vizinhos, amigos ou colegas de trabalho; ou nos diversos grupos da comunidade? Como sentimos e experimentamos a comunhão em nossa comunidade? Nossa comunhão alcança também aqueles/aquelas que estão afastados? Procuramos integrá-los?
O nosso texto afirma: "Deus é luz¨ (1 João 1.5). Deus é a fonte de luz (Tiago 1.17). Nesta fonte
Irmãos e irmãs! Sabemos das nossas fraquezas, nossas falhas, da nossa falta da autenticidade, enfim, dos nossos pecados. Mas não precisamos desesperar-nos, pois Deus fez tudo por nós dando o seu Filho na cruz para pagar os nossos pecados. Deus em Cristo remove o pecado e recria para um testemunho autêntico e eficaz em verdade e justiça. Sim, Deus promove a comunhão a partir da morte de Cristo. Lutero acentua que Cristo vem a nós pela fé, através da pregação do evangelho. Tudo isso, contudo, é ação de Deus. É Ele quem produz a fé e nos torna acessíveis ao Evangelho, por obra do Espírito Santo. Nada é resultado do esforço humano.
João está consciente de que sua comunidade não está livre de pecado, mas sim, está sujeita ao pecado enquanto está neste mundo. Para ele é fundamental que o Cristo seja reconhecido em Jesus e no fato de que ele morreu por nós. Cristo na cruz é a fonte de libertação do pecado. É o gracioso dom de um Deus que está ansioso para perdoar e assim, restabelecer a comunhão entre Ele e o ser humano e a comunhão entre os "santos". Esse reconhecimento inclui a confissão da nossa cumplicidade na promoção da falta de vida digna no mundo.
O cristão não apenas busca a Deus para uma satisfação pessoal e ter comunhão com Ele, mas também se compromete com Deus no exercício de servi-lo, de louvá-lo com atitudes concretas de comunhão com o seu semelhante, buscando assim, transformar a realidade em que vive. Estar em comunhão com Deus, se sentir amparado por Ele, significa opor-se às inúmeras manifestações de violência, de morte, de ódio, de intrigas..., que geram sofrimentos e são contrários à vontade de Deus.
Comunhão é um grande desafio. Como manter a nossa comunhão? Como evitar que membros da mesma comunidade ou de comunidades vizinhas se distanciam e se isolam? O desafio vale para todos cristãos, quer sejamos membros, lideranças ou direção da Igreja. Existem muitos sinais de comunhão em nossas comunidades e na Igreja. Sinais que buscam compartilhar alegrias ou tristezas, através da oração em cultos ou nos diversos grupos de estudo na comunidade. Existe comunhão quando somos amparados, exortados e consolados pela Palavra.
A direção da IECLB, a partir de 2011 criou a Rede de Oração para compartilhar alegrias, doenças e sofrimentos que atingem os ministros e as ministras da Igreja, motivando assim, para a que os e as colegas orem em favor uns dos outros se coloquem em comunhão. Muitos sinais de gratidão por esta rede existem e já se fazem sentir.
O que nós pessoas, comunidade e paróquia podemos fazer para fomentar e estimular a comunhão entre nós? Cada um de nós pode contribuir e ajudar. Podemos começar pela oração em favor da família, comunidade, diretorias, ministros, IECLB. Outras iniciativas como grupos de oração, grupos de estudos, almoços comunitários contribuem para um bom relacionamento entre os membros.
Formulemos firmemente para nós mesmos, o propósito de buscar andar na luz de Deus, mediante o ouvir do Evangelho de Jesus Cristo e fazer tudo que for do nosso alcance de mantermos comunhão uns com os outros, construindo vínculos mediante palavras e atitudes sinceras, assim, como fizeram o funcionário e o vigia do frigorífico.
Amém!

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