1 João 1:1-2.2
Queridas irmãs e irmãos em Cristo!
Aconteceu
num grande frigorífico que certo dia ao término do trabalho um
funcionário foi inspecionar a câmara fria. Acidentalmente a porta se
fechou e ele ficou preso. Bateu desesperadamente na porta, gritou por
ajuda, mas nada de alguém lhe socorrer. Era na verdade impossível alguém
ouvi-lo. Pois os funcionários por ser fim do expediente, já tinham ido
embora. E agora, já debilitado e desesperado com um frio insuportável, o
que fazer? E eis que de repente a porta se abriu. Qual o milagre? O
vigia entrou na câmara fria e o encontrou. Logo o ajudou a sair dali,
salvando-o. Perguntaram ao vigia: O que fez você abrir a porta da câmara
fria se isso não fazia parte de sua tarefa? Então ele falou: Estou
trabalhando há muitos anos nesta empresa. Muitos funcionários trabalham
aqui. Todos entram e saem passando pela guarita. Ele era um dos poucos
que me cumprimentava diariamente ao chegar e se despedia na saída. Hoje
pela manhã na chegada, ele ainda me cumprimentou. Mas não se despediu no
fim do expediente. Senti falta dele e então imaginei que algo estava
errado. Instintivamente fui procurá-lo e o encontrei. Qual não foi a
minha surpresa encontrá-lo fechado na câmara fria. Estou feliz por
salvar um amigo e imensamente grato a Deus.
Que
lição podemos tirar desta historia? Podemos ser uma ajuda, como também
sermos ajudados se tivermos relacionamentos fraternos e estreitos com
outras pessoas. Pois na comunhão com outros se estabelece uma relação
afetiva e isso nos pode levar a sermos "o cuidador do irmão", a
praticarmos o amor de uns para com outros. Sim, construir vínculos
aproxima pessoas e a se alegrar com os que se alegram e chorar com os
que choram.
Como são os nossos relacionamentos na
família, sejam entre marido e mulher, pais e filho/a, entre irmãos...;
entre vizinhos, amigos ou colegas de trabalho; ou nos diversos grupos da
comunidade? Como sentimos e experimentamos a comunhão em nossa
comunidade? Nossa comunhão alcança também aqueles/aquelas que estão
afastados? Procuramos integrá-los?
O nosso texto afirma:
"Deus é luz¨ (1 João 1.5). Deus é a fonte de luz (Tiago 1.17). Nesta
fonte
Irmãos
e irmãs! Sabemos das nossas fraquezas, nossas falhas, da nossa falta da
autenticidade, enfim, dos nossos pecados. Mas não precisamos
desesperar-nos, pois Deus fez tudo por nós dando o seu Filho na cruz
para pagar os nossos pecados. Deus em Cristo remove o pecado e recria
para um testemunho autêntico e eficaz em verdade e justiça. Sim, Deus
promove a comunhão a partir da morte de Cristo. Lutero acentua que
Cristo vem a nós pela fé, através da pregação do evangelho. Tudo isso,
contudo, é ação de Deus. É Ele quem produz a fé e nos torna acessíveis
ao Evangelho, por obra do Espírito Santo. Nada é resultado do esforço
humano.
João está consciente de que sua comunidade
não está livre de pecado, mas sim, está sujeita ao pecado enquanto está
neste mundo. Para ele é fundamental que o Cristo seja reconhecido em
Jesus e no fato de que ele morreu por nós. Cristo na cruz é a fonte de
libertação do pecado. É o gracioso dom de um Deus que está ansioso para
perdoar e assim, restabelecer a comunhão entre Ele e o ser humano e a
comunhão entre os "santos". Esse reconhecimento inclui a confissão da
nossa cumplicidade na promoção da falta de vida digna no mundo.
O
cristão não apenas busca a Deus para uma satisfação pessoal e ter
comunhão com Ele, mas também se compromete com Deus no exercício de
servi-lo, de louvá-lo com atitudes concretas de comunhão com o seu
semelhante, buscando assim, transformar a realidade em que vive. Estar
em comunhão com Deus, se sentir amparado por Ele, significa opor-se às
inúmeras manifestações de violência, de morte, de ódio, de intrigas...,
que geram sofrimentos e são contrários à vontade de Deus.
Comunhão
é um grande desafio. Como manter a nossa comunhão? Como evitar que
membros da mesma comunidade ou de comunidades vizinhas se distanciam e
se isolam? O desafio vale para todos cristãos, quer sejamos membros,
lideranças ou direção da Igreja. Existem muitos sinais de comunhão em
nossas comunidades e na Igreja. Sinais que buscam compartilhar alegrias
ou tristezas, através da oração em cultos ou nos diversos grupos de
estudo na comunidade. Existe comunhão quando somos amparados, exortados e
consolados pela Palavra.
A direção da IECLB, a
partir de 2011 criou a Rede de Oração para compartilhar alegrias,
doenças e sofrimentos que atingem os ministros e as ministras da Igreja,
motivando assim, para a que os e as colegas orem em favor uns dos
outros se coloquem em comunhão. Muitos sinais de gratidão por esta rede
existem e já se fazem sentir.
O que nós pessoas,
comunidade e paróquia podemos fazer para fomentar e estimular a comunhão
entre nós? Cada um de nós pode contribuir e ajudar. Podemos começar
pela oração em favor da família, comunidade, diretorias, ministros,
IECLB. Outras iniciativas como grupos de oração, grupos de estudos,
almoços comunitários contribuem para um bom relacionamento entre os
membros.
Formulemos firmemente para nós mesmos, o
propósito de buscar andar na luz de Deus, mediante o ouvir do Evangelho
de Jesus Cristo e fazer tudo que for do nosso alcance de mantermos
comunhão uns com os outros, construindo vínculos mediante palavras e
atitudes sinceras, assim, como fizeram o funcionário e o vigia do
frigorífico.
Amém!
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